domingo, 16 de dezembro de 2012

Falácia Crônica

Sorria com os olhos eu dizia, só que agora com ironia. Tô dormindo onde acorda a agonia e ela me espanca rotineira. Travesseiro na cabeça (travessos são só meus pensamentos). Satisfação infeliz, sujeito oculto se suja frustrado por demasiado possuir. E não ter nada tendo tudo. O seu espelho contador de estórias já exausto da imagem que vê me implorou estes dias por enxergar. Tem coisa que a gente abre mão, tem coisa que a gente tenta mudar. Tem ferida aberta que nem o tempo pôde curar. Tem tudo e não tem nada.  ''- Solitário Beira Mar, serás abandonado na estrada!'' De pobre riqueza se amarelam os dentes e sua falácia doentia te impede a beleza. Digno de piedade chora ao perder sua realeza. Afeto afetado por cigarros, café e noites de grito, enquanto de tom baixinho eu repito ''- Zahir de mim! Ou provoco homicídio.''

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Acídia

As notícias só chegam aqui através de mísseis e bombardeios mentais. Eu sobreviveria mais uns 50 natais se suas cartas arrombassem a minha caixa de correios. Esse sorriso nos olhos é efeito colateral dos devaneios e eu não sei mais pronunciar belas palavras. Ligações noturnas pra se afogar em mágoas e a chuva inunda meus pensamentos. De vida imunda, eu moldo meu mundo se não o teu mundo me muda. Evapore seu ódio e contamine o meu ar. Por ser humano demasiado esqueceu como é amar e agora se torna um vírus mundano. As leis estatais corrompem os planos e a felicidade momentânea não é meu número de calçar. Eu não sou rebelde, eu não sou vagabundo. Eu só aprendi a enxergar a realidade Mundo. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Desertor de sonhos

Não há espaço físico temporal. Bares de esquina com temperatura elevada e embriaguez mental. Conviver em sociedade sempre me leva à um novo hospital, onde a causa mortis são os devaneios da vida real.

Quanto mais clareava o quarto mais escuros ficavam os pensamentos.


Estarei possuída no centro da cidade,
onde sua vaidade enche o peito de afazia.
Vou apostar algumas vidas jogando truco
repetindo coisas que atores globais diziam.

Estes Homos nada Sapiens,
e quando sabem não é o que deveriam.

Novos medicamentos invadirão sua casa, pra te deixar com o olhar tão perdido quanto o caminhar de seus pés.


Alguém te condena enquanto você profana suas vontades.

sábado, 3 de novembro de 2012

Peça Teatral da Realidade Imaginada

O roteiro mandava e você dizia,
coisas que não queriam dizer nada.
Conversas noturnas desesperadas,
me afagava em seu peito
e suas palavras me afogavam.

Outra história mal contada.

Te encontrava pra me desencontrar,
me cansava daqui,
me perdia pra outro lugar...

Me pedia coisas que em troca não podia dar.

Era muito 'Venha a vós',
e 'Vosso Reino' que era bom, nada!

sábado, 27 de outubro de 2012

Psico sócio apatia subversiva

Há em mente um plano cravado como um tumor cancerígeno maligno, que não pode ser deixado no esquecimento ou removido sem causar efeitos colaterais. Foi datado tarde demais, psico sócio apatia, os danos serão letais;

Distúrbios subversivos,
discursos clonados de livros e assuntos conjugais.
E a cada segundo que você dorme
eles aproveitam para te julgar mais.

Socioambientalismo, antidepressivos,
sadismo enraizado e vícios virtuais.
Homem honrado vil,
valores invertidos e virtudes triviais.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Zahir

Esse desespero que corre bípede sempre vem buscar refúgio em meus braços entreabertos.
Mas eu era o refugiado.

O vento soprou no ouvido tudo aquilo que eu não queria escutar e eu me afoguei n'uma tempestade em copo d'água, enquanto as janelas assobiavam canções matutinas no ouvido de quem já não queria mais acordar.

A verdade lhe quer o medo, e o medo lhe embebeda sem você perceber. 
Te deixa embriagado de si mesmo e excluído por si só, pois tudo aquilo que não lhe há de parentesco te assombrará, só restando o vazio que o medo lhe permite habitar.

Eu esperei demasiado. 
Pronunciando a eu mesma, dia após dia, todo meu discurso citando meu Ultimato.
E o céu, que tanto me surpreendia, caiu sobre minhas palavras, e tudo o que agora possuo é o anseio de pronunciá-las como se não houvesse um amanhã!

O amanhã não há... E este amanhã que jaz hoje, também é tarde demais.

Pois se falar adiantasse, papagaio era rei!


Barriga cheia e coração vazio.
E a cada dia que passa eu morro mais um pouco.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sonhos amanhecidos

Mais um aglomerado de pessoas, acompanhadas sozinhas, dividindo solidão. Mais um dia pra brilhar o sol nessas suas lindas lágrimas, onde dorme o sorriso dos seus olhos. Mais um dia para viver, mais um dia para morrer...

Meu amor é pacificamente violento, mergulhado no ódio do seu mar de ilusão. E se estas palavras te sufocam é porque minha verdade interrompe suas vias nasais.

E agora tudo novo, de novo. Só que a xenofobia me adoece.

Minhas histórias não conhecem um começo, mas eu sempre sei bem como vai terminar - um novo indivíduo no meio, para perturbar o meu sono, e depois, dormir no meu barulho.

Porque é avesso meu cotidiano, ao contrário de seus pensamentos inertes.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A loucura faz sentido

Todo meu mal contigo e engarrafado se chama amor, poesia pros seus ouvidos; poison pra sua garganta.
Lá vem uma nova verdade nude, abrindo outra cratera na pele. 
As cicatrizes são as lembranças mais sinceras do corpo.
Se essas paredes fossem ouvidas...
Malefícios que o conceito de moral lhe causa é similar ao afogamento em cianureto. 
Qual é o preço do seu valor hoje?
As pessoas só se perdem no intuito de alguém achá-las.
As pessoas sós, se perdem, mas logo se encontram inteiras num reflexo qualquer.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Literatortura

Agridoce, vermelho e cobre. Sou o bisturi enferrujado que cerra impiedoso as vísceras doentias do febrio, que mais tarde agradecerá por aquecer-se neste mar de sangue.

''A sua taça nunca estará vazia...

Sou o homem bomba que irá explodir-lhe a face, a mulher de burca que lhe arrancará o coração com as unhas, que se escondem ligeiras por debaixo da veste.

pois eu serei o teu vinho.''

Enquanto o desconhecido e a penumbra te assombram eu permito desconhecer-me, pois só então, me tornarei tão hábil quanto o meu medo.

Poucos amigos, grandes negócios.

Batem-se as portas de madeira, dançam os cupins afoitos e a casa gelada estremece. Batem-se as janelas que soam frio.

Quebram-se os ovos desnudos, que se chocam contra o chão como se não houvesse um amanhã, de encontro à uma falsa esperança que se acha agora nua e crua espatifada, meio a estes pisos envelhecidos e cansados.

As cores... Até mesmo as cores se perderam a esmo junto a este tom de amargura sólida, rocha e basalto. As damas desceram do salto e só nos restou as cinzas, nem mesmo os cinzeiros.

O meu chapéu acumula poeira como um urso de pelúcia da loja de hum e noventa e nove que se esquece solitário em cima do guarda-roupas, assobiando uma triste canção que Belchior me cantara em melhores tempos.

A vida nunca foi tão mágica, e triste portanto.

De tantas vezes que me perdi, concluo que perdida sempre estive, difícil é contar as vezes em que me achei.

Se no final houver alguém aguardando sua chegada, mande-me cartas e conte-me como é não estar sozinho.

domingo, 15 de julho de 2012

Não há vagas

Vagueie cego e sem coração como uma estátua ambulante. Você erra ao não olhar para os dois lados. Não ultrapasse a faixa. Novamente você erra e prossegue a seguir o mandato, o imposto à lhe condenar. Exaustivo é opor-se ao dilema, a multidão logo se rende. É prazeroso assistir, doloroso viver.. E as tremedeiras contínuas, só para constar que ainda é quente a pele que habito.

Sintonize o rádio em chiados, pois as estações muito que dizem mas não sabem do que estão há falar. E a desespero mútuo abrem-se as bocas, fecham-se os olhos famintos que perseguem o andar descalço de alguém. E novamente a fome não vem do estômago. 

Demorou demais a acordar, submerso à indignação pois-se a encontrar. E ao abrir os olhos então o amanhã  o engolirá, pois se cansar daqui é se perder para outro lugar.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Post Mortem

-

As horas te convidam a desistir, mas o sorriso de uma criança te faz pensar duas vezes. Se isso acontece, é porque ainda há um motivo que prevaleça a cada nascer do sol.

-


Eis o dia em que a bagunça acomodou-se dentro da caixa.
Mas ainda não estou sossegada,
pois as coisas se encaixam melhor do avesso.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Freedom is Slavery

A liberdade, de tal forma emburrecida aos olhos de quem vê, e não de quem a sente e a vive, tornou-se a escravatura premeditada, encoberta por cartilhas mastigadas que lhes serviram como prato principal em sua formação como um cidadão civilizado, dentro das leis. As leis deles.

In. Form(ação).

Engolir a seco o entretenimento, que logo lhe causará náuseas ao deparar-se de frente o conhecimento.
Que por tarde demasiado, contraditório então, tornará-se O Des(conhecido).

De fato... pensar já virou um crime.

Faça uma boa escolha antes de sair de casa. Sujeitar-se ao percorrer os caminhos já desvendados não é nada mais que errar a segunda vez. Sujar-se então com a mesma indignação dos que puderam abrir seus olhos a tempo. 

Talvez seja despercebido e de bom âmbito a acomodação que se vê presente nos sorrisos infelizes dependentes daquilo chamado sistema. Talvez é muito fraco e eu não acredito.
Não mais.


Alguém quase que sábio dissera uma vez: - Eduque-se você mesmo.

Seja todo ouvidos, porque as bocas, mal sabem do que falam.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Together & Lost

Me deparei então numa situação delicada de piedade,
os problemas eram a solução dos aflitos.
E o que os afligiam era a existência duma solução,
pois se ela existisse o impacto-problema seria em vão.

Naquele momento deparar-se a não ser,
seria tudo o que eu queria ser,
só que é contraditório.

Nada se fez das certezas,
nas incertezas eu desfiz no vento.
Talvez o vazio que você declarou em mim
tenha preenchido algo aqui dentro.

E é novamente contraditório.
Novamente ao relento...
não é um lugar ruim de se estar.

E a dor é minha amiga fiel,
ardor é o sabor do amar.

E minh'alma cansada,
prisioneira do corpo que habito.
Joguei as palavras no chão,
e o barulho calou os meus gritos.


- Assim os corvos me descreveram.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Incógnita

Agradeceria todos os falsos cognatos, brigariam os sujeitos.
Que sujeitavam-se a se achar envoltos por conjugações.

É triste quando suas palavras derretem na chuva.

As minhas escritas são versos cantados das minhas emoções mudas.



segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quebra-cabeças

Se desfez, se despiu.

'' E seu eu tocasse os meus pensamentos eu poderia sentir as cores. Se eu tocasse o vento eu sentiria a paz. E se a paz me tocasse? Eu te sentiria aqui dentro.''

Ela contava as histórias das Três Luas enquanto fazia o café.
A água fervia
evaporava a fé.

Agora já não se sabe quem é o autor e quem é o autuado.
Também nada se sabe sobre o sujeito citado.
Sentido.

Sem tê-lo tido ela havia o amado.


terça-feira, 22 de maio de 2012

O Passageiro

As grades,
as ferrovias.

E o ódio,
misturado ao cimento que constrói as barreiras paulistas.

Eu me sinto cansado
destruído,
abalado.

A solidão...
construiu raízes em meio aos edifícios.

Os homens da capital tornando tudo mais difícil.

O Capital, os vícios.

Desvie o olhar por um segundo,
sinta os cheiros,
sinta o mundo.


As entrelinhas contam muito mais que as histórias.

domingo, 20 de maio de 2012

Matilda


Sobremesas sobre a mesa,
e os degustadores
contando falsas histórias burguesas.
Enquanto alguém se propõe à agradar,
com o caráter a degradar.
Fico na espreita,
esperando alguma suspeita,
se alguém se aproximar.

E se eu não fosse ninguém?
Ou se fosse um outro alguém?
Quem seria?


Histeria.

O tilintar das taças,
talher em seu devido lugar.

- Quem seria esta bela mulher, que pois-se a sentar?
Ousa o homem a indagar.

- Não é colher pra sua sopa,
nem seu número de trajar.

Meds


As poesias moram nas entrelinhas das falas mais sinceras.


Tua mente conspira
e a consciência respira.
Sinceros suspiros
que piram quem mente.


Contar histórias a si mesma.
- Segredos não são pratos prontos pra ir à mesa.

Observar os escravos da tristeza,
escravizando ouvidos alheios.
Desfrutando dos próprios devaneios
que talvez sejam seus únicos momentos de beleza.

E se os olhos são a janela da alma,
em minha janela não há mais chuva.
Nem enxurrada.

Somente um reflexo de calma,
e lascas da vidraça quebrada.



quinta-feira, 17 de maio de 2012

Memórias de Narciso

Em companhia ao próprio vazio
falsos sorrisos de um doentio,
que contesta sua jornada árdua.

- Nunca se dê à troco de nada.

Os olhos falam por si só,
e só por si que é capaz de sorrir.

Um sobre-tudo sobre o nada,
enquanto sua solidão segue a estrada.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Leviano, um bom amante

Este livro conta as histórias mais lindas jamais contadas
porém não foram baseadas em contos de fadas.

Eu lamento.

E indago as três luas que apareceram em meio à Maio, 
nas noites de frio moribundo, nariz escorrendo e trajes imundos.

O céu gosta de amar.
Um tsunami desfez o mar, acabou o mundo.

- Socorro! Socorro!
Eu gritava...
mas os gritos saíam mudos.

E a água - deságua
a dor - desamor.
E o meu amor desaba.

Encontros em encruzilhadas,
enquanto as almas caíam fuziladas...
quem era eu?

Agora sentada
no segundo degrau da escada.

- Eu era a desgraça.

O relógio da praça tocava
tac tic tac tic tac tic tac tic...
Suava frio
soava traças.

domingo, 13 de maio de 2012

Echoes

Nunca mais me questione sobre o tamanho do meu sonho.

Reler, reviver.
Antes que a conspiração me alcance
é melhor renovar-me e escrever um novo romance.

-

Agora as noites fazem-se de sol
e os dias se vestem de lua.
A morada não era a casa
o caminho não era a rua.

Mastigava a verdade - nua e crua.
Os bois já dormiram ouvindo minhas histórias.

Memórias pela metade,
verdades contraditórias.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Valsa da Meia Noite

Nos sonhos os teus olhos têm o poder de me paralisar,
ah como eu queria estes belos olhos chorando em meu ombro.
Você poderia gotejar suas lágrimas mais sinceras a noite toda
que eu nunca iria reclamar.
Você deveria me sequestrar, eu já disse.
Deveria me dizer que nem tudo é tão difícil o quanto parece,
e que a distância entre sua casa e a minha já não existe mais.
Eu quero que você seja minhas pernas macias,
o meu lençol com cheiro de amaciante,
o portor da minha agonia.
Quero ver você colocar fogo no nosso circo,
tomar conta de nossos filhos...
Você mora no desespero do meu bloco de anotações,
e toda noite ele grita bem alto,
que me ama e nunca vai me deixar.
De tom baixinho eu respondo
que faço de suas palavras as minhas,
e que nunca vou me entendiar.
Nem entender...
ou me cansar de amar.



domingo, 22 de abril de 2012

Chchchchchaos cochichado

O vermelho colore as vísceras alheias - Ah como eu desejaria estas cores fadigadas de amor!

As guelras dos indivíduos respirando o individualismo, sugando o bom-feitio.
As guerras, a lobotomia.

Quando eu gosto de sangue a multidão me estranha.

Os olhares jogados por cima dos ombros serram as pernas, 
que caminham cansadas as ruas do centro de São Paulo.

O esgoto.
O desgosto.
A diarreia mental.

Os ternos e gravatas, os engraxates, os engraçadinhos.
Crianças moribundas,
o nariz escorre.

Estamos fora de órbita, estamos fora do ninho.

sábado, 21 de abril de 2012

Sistema anti-respiratório

Soluçar,
engasgue com o próprio ar,
faça o tórax dançar.

As crianças sabem perceber o mundo.

Os R.G.'s comprovam a subexistência das pessoas de papel.
Contratos, contatos, desamores.

E os latidos dos cachorros são usados de trilha sonora na vida real.

Congregação & Congresso
Doce ilusão por Estado Laico
Manipulação da Ordem e Progresso.

Na praça da Sé os acordeões reclamam canções na respiração de alguém.

E o que é normal?
- Denominação correspondente ao equilíbrio do bem e o mal.

Versos em aversões, enquanto você assiste sua televisão, que é no mínimo demoníaca para propagar todas essas propagandas.

O consumo diz respeito ao narcisismo,
desrespeito,
desumano,
demasiado.

Os gaviões são vaidosos.




O efeito colateral do dia é acordar de voz áspera quando fora dormir ainda tendo-a macia.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Nightmares and Dreamscapes

A valsa já esta tocando e as fotos mais violentas do jornal já puseram-se à dançar.


Os tensores pra articulação de nada mais servem, os cigarros também não, o álcool também não, o choro também não. Eu tentei.

Foi em vão.


Os corvos gostam de me visitar em sonhos, sempre bem vestidos.
Aves de rapina, se admiram no espelho
de olhos famintos e sorriso enrustido.
Eu não entendo a causa
não dancei a valsa
e nem dormi.

Na verdade eu não estive
eu não vi,
não vivi.

Um círculo de fogo se forma brigando com o círculo amoroso naquela casa,
os círculos se foram e agora só resta um cubículo que não para de reclamar.
Os corvos estão de coleira e perderam suas asas,
e as aves de rapina já não querem mais voar.

Eu descobri um novo remédio na minha gaveta,
na rua de baixo, novos sorrisos imundos.
Velhas novidades de um bairro no submundo à nos degradar.

O transporte público transporta a escória da sociedade.
E a desculpa dos mais velhos
para não irem à luta
é dizer que não tem mais idade.

domingo, 15 de abril de 2012

Desidratação

Quando acordar se torna difícil
a tormenta se torna um vício.

Romper os ligamentos pode não ser dor física.

Ambivalência falada,
o barulho dos trilhos me convida a dançar.
Poesia cantada,
movimentos famintos
me recuso evitar.

O coração esmurra o peito
para que sua falta prevaleça.
Mas no fim das contas,
a dor é coisa da nossa cabeça.

Flores de outrora

As mãos ainda continuam tão frias quanto um corredor de hospital
...e as lágrimas, enfermas, pingando como os prédios do centro.

Talvez, em estado terminal,
primeiro termine-se por dentro.
E sua voz, deu-se por rouca,
ainda dizem tão pouco suas palavras.
Encontre-se em uma sala de estar branca,
onde as paredes gritam mais que as vozes d'alma.

Você é flor que nasceu em rocha,
medicina experimental e mortes compostas.




quarta-feira, 11 de abril de 2012

Assombra

O problema começa quando a sombra não mais reflete o corpo, e sim o subconsciente. Ela ainda diz coisas que quero ouvir - mas que não posso acreditar.

Pois-se ao meu lado,
me imitou, foi sentar.
E após ter sussurrado,
me surrou com um olhar.

E minhas mãos - de bons atos - desatadas hão de estar.



Sou eu, meu próprio medo.

Undressing my words


Hey you, dear soulmate,
no matter whatever have I  made
(I still here, blaming myself)
Remembering your eyes
meanwhile mine,
had tears... and cry.
How can I live now
knowing that you left me?
And now is too late
to claim about the time
that I've lost sleeping
by your side, in that bed.
While you held me on behind my back.

Democracity

Insulte com elogio,
sutileza na sinceridade.
Massageie o ego,
vanglorie a vaidade.

Viver por status,
falsos cognatos a nos rodear.

Eau de toilette?
- É só pra agradar.
Consumismo irá nos consumir,
nos vender, pra poder comprar.


Caminho

Os calos falam por si só, 
e só se calam calejados.

Infame inconveniente - você sorri, e eu mostro os dentes.

Inflame. Invente...
um bom motivo e sorrisos mais sinceros,
para que possamos seguir em frente.


terça-feira, 10 de abril de 2012

Kitchen's Song

Dançando na cozinha,
cozinhando o estômago.
O esôfago assoviou,
e a noite não dormida
o relógio indagou:
- É hora de acordar, são oito horas e trinta minutos.

Os pássaros voam em suas lindas canções matutinas,
e o sol, ainda não.
As nuvens por sua vez, pintam no céu o rosto de uma menina,
enquanto as folhas d'outono pintam o chão.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Autumn


Vão-se as estações, e as estrelas, nem sempre estão lá
as vezes o que vemos é só um rastro.
De porta em porta, auto-retrato,
me despedir, despir o partir
abraços de adeus não irão me agradar.

As linhas vazias de meu caderno de anotações desesperadas 
combinam com as paredes cansadas deste recinto.
Calças rasgadas na moda, 
camisetas com manchas de vinho tinto.

Eu procuro o início das histórias,
mas só estórias têm início.

Eu me deitei em pé,
minhas mãos estão calejadas
dessa vida de marcha ré
não quero saber de mais nada.

Cutuquem as feridas
ferir não é machucar.
Amar dói minha querida, 
deixe a ferida sangrar.

Estancar o ardor.
Partiu o calor e o outono pois-se em seu lugar.

Refaça, 
seu sumir me desfaz.
Disfarça,
falei coisa demais.

sábado, 24 de março de 2012

Tormenta

Chuvoso, tempestade interna.


Cada granizo que atingia a janela
me rasgava o peito,
Perguntava à respeito
sobre flores e prima-vera,
Perguntas sinceras
algumas de cor laranja
e outras, amarela.

Perguntei às perguntas sobre as respostas
mas não tive respostas sobre elas.

Pingos de chuva
brincavam no vidro,
Pingos de você
brincavam comigo.

Com sua licença
vou me retirar,
Voltar a me perder
em meu próprio habitat.
Te encontrar 
em meu mundo perdido,
Mas muito cuidado ao se aproximar
que eu te empurro, meu nome é Abismo.

Poison


De volta aos devaneios noturnos e mais um sonho pra me acordar com lágrimas, à volta, muitos sussurros e a escuridão me bateu à porta - Quem é? - eu pergunto, e o silêncio me traz a resposta:

É a imensidão
de um vazio,
É o sorriso
mais que sombrio,
É a alegria do enfermo
- Muito prazer, meu nome é Veneno.



domingo, 26 de fevereiro de 2012

Bloco de anotações desesperadas


Numa estrada discuti com um relógio sobre atrasos
à caminho de minha casa, que contaste os dez passos
no metrô um estrangeiro ilegal, que sorria em troca de uns trocados
e o céu azul, que um pedaço eu havia ganhado.

Tamanha saudade que já sentia
das palavras que com os olhos eu lhe dizia
o suor de suas mãos que me afogava
e em seu peito me afagava e você sorria.

O tempo voava e eu mal vi o dia.

Na cidade cinza eu lhe aguardo,
com uma carta rasurada em mãos.
Em meu peito eu lhe guardo,
com a certeza de que não é em vão.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Escombros e Escambo

Há um desgosto sobre si;
provoca esforço pra sorrir.
O espelho esboça o cair
junto as paredes à ruir.

Um céu nubla-se de sinceridade e a ventania faz seu papel, apagando os rastros na areia fofa e varrendo a cidade, com sua rude leveza.

Talvez eu sinta sua ausência,
nas tardes de ocioso tempo
O incômodo de sua indecência
ao jogar palavras ao vento.
E do outro lado da enxurrada
talvez a falta me sinta,
quando eu não sentir mais nada
e não houver sua vinda.

As lágrimas de choro serão nossas reticências.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Banquete de rosas

Estamos todos cansados do mesmo cansaço, também do zelo por supérfluos e indivíduos. Não amamos as pessoas, e sim, o que nelas há que falta em nós mesmos, e os convívios são no intuito apenas de compartilhar o mesmo ódio. 

-

São dias longos de horas curtas. Fazemos o mesmo trabalho árduo e minucioso. Cavamos uma delicada sepultura e enterramos a si mesmos, e ao cobrir a cova, num punhado de terra me permiti jogar também a síntese dessa história.

Mais uma ênfase morreu.


Suas expectativas são a morada da decepção.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Troublesome

Mal era hora de sol, pra iluminar os pensamentos ou até mesmo sua cozinha, 
qual eu limpei enquanto lembrava das coisas que sujavam o meu caráter. 
Muito café pra consumir, pouca comida à ingerir, e falsas opiniões, 
à sugerirem atitudes indesejadas.
Uma nova percepção de que lugares são somente lugares,
que objetos são antônimos de felicidade e que pessoas são sinônimos de problemas.
E o resultado de todo um percurso turbulento, onde ganhei ferimentos, cicatrizes e lembranças. 
Já estou calejada o suficiente para seguir em frente.


Talvez o tempo me traga um sorriso mais sincero.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Desperate wishes


Eu queria agora
fugir desse mundo.
E queria noutrora
um abraço profundo.
Eu queria também
ser um ser liberto.
E queria alguém
só pra ter por perto.


domingo, 22 de janeiro de 2012

Falsos cognatos e sujeito oculto.

Manual de auto-destruição.
Ausência de auto-controle.
Alguns ml's de álcool;
e quem fica alta sou eu.


E as histórias se tornaram estórias.
Palavras arremessadas aos quatro cantos,
quando alguém se encontrou na escória.

Até o silêncio falou.


Não o acolheram, não o afagaram, mesmo ao ter o coração na sola dos pés.
E os atos de bondade aos demais, sem fazer por obséquio ou honra, com intuito apenas de traçar uma paralela à alguém.
Aquilo o fez O Vivente...
mas ninguém vai contar sua história.





- Você deveria usar mais branco em suas frases.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Coincidências, consequências e acasos.

Um levante. Dois adiante.
Três passos à frente e quatro para trás.

Da constante rejeição aos demais.
 E a luta rotineira contra o magnetismo do regresso, que sustenta a sociedade - eu prefiro pão de ló.

Me encontro perdida em certas ocasiões, engolida por certas distrações e confusa por certas situações; aí me encontro em você.

Hoje eu busquei a poética de seus olhos maciços e lhe encontrei fincado em minhas pálpebras, não houve reações físicas e a única dor foi a de ausência.

Do calor.
Do amor.

E também do ódio que compartilhamos na mesma praça.
Os ratos de asas, observamos desgraça e a tarde cair.
Você deixou-me ir,
mas eu sempre volto...
pra ver se te encontro,
ou pra me buscar dentro de ti.


domingo, 15 de janeiro de 2012

Relatos de um sábado matutino

Andei num pedaço de mal caminho só pra ver o vento soprar das árvores as folhas secas que já não as serviam. Pra plano de fundo um céu cinza ao azulado cintilante, e as nuvens... famintas. Um pouco de água caiu nos olhos de quem não vê, um pouco de sangue pulsou no coração de quem não sente. Fora uma manhã, uma tarde vazia, um taque tique, piscar os olhos e a noite caía. Põe um fone de ouvido, pra recusar o ato de engolir as palavras mal balbuciadas dos seres do mesmo recinto.

 De segurança; o sinto.

Não havia sido-o posto e o Steve disse que uma senhora seria autuada. E uma ponte, com mais cheiro de submundo e alguns seres maltrapilhos esquecidos, e um menino bom, que vende água no farol. 

Faça chuva ou faça sol.

E para temperar mais o meu ódio, uma visão de mundo me mostrou o contraste do desprezo alheio, o vício na TV Globo e a ignorância perante ao desconhecido. 

Duas náuseas à ânsia, e eu me imaginei vomitando em sua face. 

Vocês não irão à lugar nenhum!


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Amar.go

Nariz entupido, areia nos olhos, partida sem chegada.
Quando se quer não estar ali e também não se quer mais nada.
Mal estar, anseio. Meia volta, um chá, volta e meio.
Cabeça no travesseiro. Cabeça ao devaneio.
Sintonizo. Me pego de volta no ar.
Esboço um bocejo.
Desejo teu beijo e me volto a sonhar.

Arquivo VII

Sem luzes, nem câmera, nem ação. As únicas imagens à recordar são as que estão gravadas em minha memória fotográfica, que por sorte possuo. Por sorte!... ou não.

Calçada, 
calça gasta, 
eu, 
no meio fio. 
E o céu.

A ânsia por palavras, respostas... perguntas. E um resquício do 'esperar em troca'. 

De quê?
Por quem?
Por que?

Não vale a pena indagar.