Onde está o pai?
Cadê o homem que fala que é?
Reconhecido, que faz e acontece
Onde está essa força?
Tão magnífica, realizadora
Viríl e cruel
Que tudo que toca, desgraça
Que quando se move, devasta
Se esconde atrás de nossa existência
Que enquanto mulher, sofre e é obrigada a resistir 
Carregamos tudo, construímos, cuidamos
Enquanto cadê? Cadê o homem?
Que se enfia em sua macheza
E não quer sair de lá, o buraco quente  
Não acredita em ninguém que não seja outro homem
A prepotência macho alfa
Calando todas as bocas que não sejam iguais ou másculas o suficiente 
Levantando seus pilares meio moles
Incertos do que almejam 
E ainda sim, alguns dizem que eles não sabem o que estão fazendo
Mas não posso acreditar 
Sabem muito bem e gozam
Gozam do sangue
Do alto de sua covardia soberana 
Zombam de nossa natureza
Enquanto a criança corre e chora
Chora também a mulher
Molha também o mundo
Inunda e dizima populações inteiras 
Apenas pra afirmar suas obras faraônicas
Perigosas e falocentricas
A criação é sua e o desastre é nosso?
Cadê o pai? Onde foi?
Ninguém sabe dizer, afinal, ele é livre. Ele é homem.
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