terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Eu vejo as pessoas se matando
Em diversas doses diárias
Umas com cigarro
Outras com remédios
Umas fumam crack
Outras morrem de tédio
Umas sabem tudo
Outras se questionam
Mas nos dias de hoje
A maioria morre na orla do próprio umbigo
Rindo do irmão que passa fome
Umas mais culpadas que outras
Outras mais inocentes que umas
Estão todos pagando seus pecados
Eles disseram
Eu ouço as pessoas apontando os refugiados
Elas não se importam
Elas só querem seus pecados
Eles não ajudarão
Se a guerra for por religião
Nada será televisionado
Não ouvirão notícias no rádio
Porque eles não estão fazendo nada além de pagar seus pecados
Cristãos
Muçulmanos
Profetas
Grandes potências
Militares
Civilização em profundo declínio
Eles querem seu petróleo
Sua alma e a do seu filho
Ninguém vai ajudar
Eles não se importam
É desumano
O capitalismo fala mais alto
Muitos à morrer
Pra pagar seu pecado

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

o que você deixou de ser
pra se tornar um adulto
o que você deixou de fazer
pra se tornar uma boa esposa
o que você deixou de sonhar
pra arrumar um emprego
o que você deixou de amar
pra inflar o seu ego
porque você deixou se levar
a troco de dinheiro
e se tempo é dinheiro
o dinheiro é seu sangue
o preço é sua vida


seus sonhos vão morrendo
humanos sintéticos
sobrevivendo às margens
beiradas, estradas
entradas, saídas
fronteiras, barreiras
o preço é a sua vida

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Sobreposições da loucura
Na fumaça do cigarro
Antena parabólica delirante
Ciganagens
Sacanagens
Açãonidade
Sincronicídio
Democracídio
A sanidade vestida de ódio
Pessoas e personagens
Personagens personificando pessoas
Corpos
Anticorpos
Vermes
Se esta fardado
Então ja está morto
Aprecie uma bruxa
Desnuda na cidade
Cinzeiro
Maldade
Aqui nenhum tiro
É de bala perdida
Aqui ninguém
É inocente

Os atestados de óbito
Dos corações tiranos
Cidadaos contemporâneos
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir política
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir aborto
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir religião
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir música
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir gênero
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir machismo
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir homofobia
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir racismo
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir suicídio
Justifica-se a morte
Porque não pode discutir o descaso
Justifica-se a morte
Com a própria morte
Com o dedo no gatilho
A ignorância faz o sangue jorrar
O alvo é reduzido pela indiferença
A morte escorre quente no berço da cidade
Pátria amada mostra o dente podre
Os pés descalços não aguentam mais

Eu quero a destruição de tudo que é frágil
Policiais
Políticos
Banqueiros
Juízes
Pedófilos
Religiosos
Socialites
Desalmados
Fascistas
Gravatas
Televisão
Moral
Bons costumes
Hipócritas bem vestidos
Discursos clonados de livros
Assuntos conjugais
A sociedade em desencanto
Tô vomitando pra sua prece.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Declarei luto dia 19 de novembro


Até meu caderninho de anotações desesperadas suicidou-se.



QUEM SOBREVIVEU À 2016?

meu corpo talvez
minha mente não.


Toda essa ternuna
logo vai subir
feito fumaça

Logo minha loucura
vai te esmagar
assim que a chama
do meu cigarro apagar
e só restarão as cinzas

[e história pra contar.


Pode chorar
liberta os demônios da sua alma

Pode dançar
liberta os demônios da sua alma

Pode gritar
liberta os demônios da sua alma

Pode gargalhar
liberta as bruxas essa noite

assim estará me libertando também.

As vezes o laço
se enforca
perde a beleza
de ser o que é
vira um nó
na garganta


Me sufoca
e vou morrendo
bem devagarinho
[feito cetim
se rasgando.






ESPAÇO









sente o OXI
.             genio








resPIRA


ETERNAL DAYDREAM OF AN INSANE MIND
I CAN'T SEE AHEAD
BUT I STILL FEEL THE WIND
EVERYBODY GETS HURT
I RATHER MYSELF WILD


Queria que os problemas fossem chocolate
ia me derreter em suas mãos.



A sorte do leitor
é que aqui
me resultei em palavras

A poetisa
ficou em casa
penteando os cabelos da alma

A poeta
é tão perigoso
quanto suas palavras

Não sou a poetisa
não penteio os cabelos
muito menos os da alma
minhas palavras são peludas
e não vou apará-las

Que fique bem claro
eu não acredito em sorte.


A empatia
vai te dizer
que é possível

A simpatia
vai te dizer
que é possível,
mas ......





Eu bebo mesmo é pra esquentar o relacionamento dessa cidade penumbrosa.
Se fosse pra ficar louca eu assinaria um contrato e desgraçava a sanidade.


Hoje eu vou me embriagar em outros olhares.


Se preencheu
até transbordar
desprendeu-se
do ser, do estar

escreveu com sangue
viu que era poesia.


São Paulo
como uma imensa via de mão única
ninguém sabe onde vai te levar
todos tem pressa
todos querem chegar "lá"


sabe lá onde


[lá onde?
[[chegou onde queria?


Seja autor de seu próprio percurso


[[[aqui ninguém é inocente.

Perguntas sobre a postura
Coluna monárquica
Por extrema verticalização dos ombros
Permite uma maior anarquia
Nas pernas


Um pé nômade
o outro cigano
assim segue em frente
peregrina do estranho
Como alucinação
suicidei-me
do precipício
de seus olhos


Tô endemoniada
e sou tão perigosa
quanto minhas palavras


A bruxa que me habita
não é domesticável


Olha lá
tem uma caixa
cores na tela
hipnotizam
as imagens
podem cegar
o ideal
monopolizado
as notícias
pra assustar

Quem não paga
não assiste

Quem não assiste
vai se indagar
- O que me permito ver?


SE PERMITA ENXERGAR!

Dedicotária


Às rosas negras
[que não deixaram florescer
À impiedosa cidade
[que não tem escoamento emocional
À paranóia incendiária
[que é molotov na sanidade alheia
Ao vai e vem incessante
[dos amores e desamores
Ao cotidiano difícil
[que beijou sua mulher como se fosse a última
Ao abcdário profano
[que difamou minhas palavras
Aos usuários, pacientes, cientes, louco consciente, passageiro da agonia
[latejantes da agonia
Aos viciados, nóias, pecadores, putas, vagabundos, pederastas
[cola de sapateiro, refrigerante, cocaína, manteiga, cigarro, pornografia, cachaça, válvula de escape
À todos que necessitam refúgio
[negros, sírios, mulheres, crianças, latinos, índios, subversivos, loucos declarados, e não declarados também, eu

À todos vocês
[dedico minhas impiedosas verdades






El momento
es un sentimiento.


Eles estão exautos
Ninguém sabe pra onde fugir

Eles estão cansados
Muitos não têm onde dormir

Eles estão famintos
Com o estômago a rugir

Eles não são mais escravos
Mas estão a sucumbir

Sem alcance
Sem espaço
A rotina
À ruir
Sob os braços
O fracasso
Já não sabe
Reagir
Tenta apertar
Os passos
Não se deixe
Consumir
O hoje
Foi num abraço
E amanhã
Vamos lutar
Para sempre
Vou resistir


sábado, 12 de novembro de 2016

They call me witch
but still wanna
dance naked with me

They call me bitch
but still wanna
come over and
fuck me

I won't give you my dance
nor even a single fuck
No one knows myself
Beyond what it looks
Why can't you tell me
what's the matter with you?!

Call me bitch
Call me witch
Because I rather myself
as a bitch or a witch
than pretending to be something
as empty as you

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Nadar no próprio choro
Mergulhar no abismo
Onde que eu me encontro?

Essa dor de cansaço
To cansada, to cansada, to cansada

De você, de mim, dessa vida, dessa casa, desse sorriso falso, dessa maldade nos dentes, dessa falácia doente, to cansada desse silêncio, to cansada do barulho, to cansada ter pouco você sendo que eu me dei muito.

Não tô escrevendo pra continuar essa história
To escrevendo pra acabar
Antes que o nada, que é seu tudo
Acabe comigo

A ignorância é a pior violência no amor, arrogância, ego, até onde vai o orgulho? Até onde eu me permito?

Eu não me sinto em casa
Nem nessa casa
Nem em um lugar nenhum

Eu não me sinto acompanhada
Nem com você
Nem comigo
Nem com nenhum amigo

Ja não me sindo amada
Nem Amanda

Eu não sinto nada
Além de dor, decepção, cansaço, enxaquecas e pensamentos suicidas que cada dia mais deixam de ser apenas pensamentos

E eles doem, ah, eles doem

Eu não sei o que dói mais
Eu não sei o que dói mais
Eu não sei o que dói mais
Mas eu ainda sei o que não quero pra mim

E isso também dói, mas toda dor tem um fim.

domingo, 10 de julho de 2016

Será  que é fado, ou é destino?
As pessoas carregam seus corpos ou os corpos que carregam as pessoas?

Será livre escolha ou ilusão de óptica?
A humanidade um vírus mundano ou o mundo um vírus pro ser humano?

O que será?

Essa noite em que
Eu não quis mais nada
Só queria me deitar
E dormir comigo mesma

E quem quiser dormir comigo
Que deite ao meu lado
Não deite comigo
Que durma ao meu lado
Não durma comigo

Esse capricho é só meu
Só eu posso me dar esse luxo
De deitar e dormir comigo mesma

Ao lado
Fica para o próximo

capítulo.

Todos são
Rostos perdidos na multidão
Restos fundidos em solidão.

Rua santo Amaro
esquina, na praça
Pérola Byington

É mal ambientado
Como um ser humano

Torto pela vida

Na esquina onde dizem
Que encontram-se e perdem-se
Pessoas a médio prazo
Confusas, sempre confusas
Arteiros por natureza
Filhos da lua
Filhos da puta

Onde o sol chega pra alguns
E a sombra se põe para todos.

A escola matou a possibilidade poética
A escola matou a criatividade insana

É por isso que fui embora
Porque a pessoa é
Para o que nasce

sábado, 23 de abril de 2016

Essa gente
Tão vazia
Nem precisa cavar
Pois quando deitar
A alma será
O próprio covil.

sexta-feira, 4 de março de 2016

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Se alimenta quem é inteligente
Come quem trabalha
De gula vive o ganancioso
Inanição ao vagabundo
Miséria à quem não traz lucro

À quem se diz respeito os direitos básicos de sobrevivência?

Eu ainda sinto fome de outras coisas.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

ES-ADOF

Não sou a criatura
Não nasci pra isso

Exaustão
Agora 70% de mim é apatia
O resto é uma mistura romântica
Num livreto de autocontrole e sátira
Não sou obrigada a jogar
Jogos de azar não cabem no potinho onde guardo a índole e os remédios

Ninguém tampouco é obrigado a me engolir
Mas se houvesse respeito
Haveria menos gastrite

Existem três tipos de pessoas;
As que sabem brincar
As que querem brincar com o brinquedo alheio
E as que não se contentam com nada.

Não sou a criatura
Nasci criadora
E morrerei como tal.