terça-feira, 29 de maio de 2012

Incógnita

Agradeceria todos os falsos cognatos, brigariam os sujeitos.
Que sujeitavam-se a se achar envoltos por conjugações.

É triste quando suas palavras derretem na chuva.

As minhas escritas são versos cantados das minhas emoções mudas.



segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quebra-cabeças

Se desfez, se despiu.

'' E seu eu tocasse os meus pensamentos eu poderia sentir as cores. Se eu tocasse o vento eu sentiria a paz. E se a paz me tocasse? Eu te sentiria aqui dentro.''

Ela contava as histórias das Três Luas enquanto fazia o café.
A água fervia
evaporava a fé.

Agora já não se sabe quem é o autor e quem é o autuado.
Também nada se sabe sobre o sujeito citado.
Sentido.

Sem tê-lo tido ela havia o amado.


terça-feira, 22 de maio de 2012

O Passageiro

As grades,
as ferrovias.

E o ódio,
misturado ao cimento que constrói as barreiras paulistas.

Eu me sinto cansado
destruído,
abalado.

A solidão...
construiu raízes em meio aos edifícios.

Os homens da capital tornando tudo mais difícil.

O Capital, os vícios.

Desvie o olhar por um segundo,
sinta os cheiros,
sinta o mundo.


As entrelinhas contam muito mais que as histórias.

domingo, 20 de maio de 2012

Matilda


Sobremesas sobre a mesa,
e os degustadores
contando falsas histórias burguesas.
Enquanto alguém se propõe à agradar,
com o caráter a degradar.
Fico na espreita,
esperando alguma suspeita,
se alguém se aproximar.

E se eu não fosse ninguém?
Ou se fosse um outro alguém?
Quem seria?


Histeria.

O tilintar das taças,
talher em seu devido lugar.

- Quem seria esta bela mulher, que pois-se a sentar?
Ousa o homem a indagar.

- Não é colher pra sua sopa,
nem seu número de trajar.

Meds


As poesias moram nas entrelinhas das falas mais sinceras.


Tua mente conspira
e a consciência respira.
Sinceros suspiros
que piram quem mente.


Contar histórias a si mesma.
- Segredos não são pratos prontos pra ir à mesa.

Observar os escravos da tristeza,
escravizando ouvidos alheios.
Desfrutando dos próprios devaneios
que talvez sejam seus únicos momentos de beleza.

E se os olhos são a janela da alma,
em minha janela não há mais chuva.
Nem enxurrada.

Somente um reflexo de calma,
e lascas da vidraça quebrada.



quinta-feira, 17 de maio de 2012

Memórias de Narciso

Em companhia ao próprio vazio
falsos sorrisos de um doentio,
que contesta sua jornada árdua.

- Nunca se dê à troco de nada.

Os olhos falam por si só,
e só por si que é capaz de sorrir.

Um sobre-tudo sobre o nada,
enquanto sua solidão segue a estrada.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Leviano, um bom amante

Este livro conta as histórias mais lindas jamais contadas
porém não foram baseadas em contos de fadas.

Eu lamento.

E indago as três luas que apareceram em meio à Maio, 
nas noites de frio moribundo, nariz escorrendo e trajes imundos.

O céu gosta de amar.
Um tsunami desfez o mar, acabou o mundo.

- Socorro! Socorro!
Eu gritava...
mas os gritos saíam mudos.

E a água - deságua
a dor - desamor.
E o meu amor desaba.

Encontros em encruzilhadas,
enquanto as almas caíam fuziladas...
quem era eu?

Agora sentada
no segundo degrau da escada.

- Eu era a desgraça.

O relógio da praça tocava
tac tic tac tic tac tic tac tic...
Suava frio
soava traças.

domingo, 13 de maio de 2012

Echoes

Nunca mais me questione sobre o tamanho do meu sonho.

Reler, reviver.
Antes que a conspiração me alcance
é melhor renovar-me e escrever um novo romance.

-

Agora as noites fazem-se de sol
e os dias se vestem de lua.
A morada não era a casa
o caminho não era a rua.

Mastigava a verdade - nua e crua.
Os bois já dormiram ouvindo minhas histórias.

Memórias pela metade,
verdades contraditórias.