domingo, 26 de fevereiro de 2012

Bloco de anotações desesperadas


Numa estrada discuti com um relógio sobre atrasos
à caminho de minha casa, que contaste os dez passos
no metrô um estrangeiro ilegal, que sorria em troca de uns trocados
e o céu azul, que um pedaço eu havia ganhado.

Tamanha saudade que já sentia
das palavras que com os olhos eu lhe dizia
o suor de suas mãos que me afogava
e em seu peito me afagava e você sorria.

O tempo voava e eu mal vi o dia.

Na cidade cinza eu lhe aguardo,
com uma carta rasurada em mãos.
Em meu peito eu lhe guardo,
com a certeza de que não é em vão.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Escombros e Escambo

Há um desgosto sobre si;
provoca esforço pra sorrir.
O espelho esboça o cair
junto as paredes à ruir.

Um céu nubla-se de sinceridade e a ventania faz seu papel, apagando os rastros na areia fofa e varrendo a cidade, com sua rude leveza.

Talvez eu sinta sua ausência,
nas tardes de ocioso tempo
O incômodo de sua indecência
ao jogar palavras ao vento.
E do outro lado da enxurrada
talvez a falta me sinta,
quando eu não sentir mais nada
e não houver sua vinda.

As lágrimas de choro serão nossas reticências.