Não sentia os pés, não havia chão. O vento que lhe sopra o rosto é o mesmo vento que me surra. A pessoa de papel que em vão vinha à minha procura agora desaba, e eu me deliciava dando risada. Achados e perdidos no metrô República, terrorismo conta-gota e eu assustava mais sem a burca. Talvez mais tarde, ensandecida pela vida e sóbria de loucura, eu me encontrasse em você. Nada fazia sentido na Avenida Paulista (e em lugar nenhum), porque os mendigos estavam bem trajados e até falavam inglês. E tudo sem beleza mais uma vez. Barra, afunda os meus olhos dentro da sua solidão, me dá uma razão pra continuar vivendo. Mesmo quando não quero eu me lembro, e quando me lembro eu também já não queria há tempos. Tempo - espaço físico de duração ou separação de mutáveis e sujeitas alterações. Sujeito oculto no universo, embriaguez mental e retrocessos.