terça-feira, 25 de setembro de 2012

Zahir

Esse desespero que corre bípede sempre vem buscar refúgio em meus braços entreabertos.
Mas eu era o refugiado.

O vento soprou no ouvido tudo aquilo que eu não queria escutar e eu me afoguei n'uma tempestade em copo d'água, enquanto as janelas assobiavam canções matutinas no ouvido de quem já não queria mais acordar.

A verdade lhe quer o medo, e o medo lhe embebeda sem você perceber. 
Te deixa embriagado de si mesmo e excluído por si só, pois tudo aquilo que não lhe há de parentesco te assombrará, só restando o vazio que o medo lhe permite habitar.

Eu esperei demasiado. 
Pronunciando a eu mesma, dia após dia, todo meu discurso citando meu Ultimato.
E o céu, que tanto me surpreendia, caiu sobre minhas palavras, e tudo o que agora possuo é o anseio de pronunciá-las como se não houvesse um amanhã!

O amanhã não há... E este amanhã que jaz hoje, também é tarde demais.

Pois se falar adiantasse, papagaio era rei!


Barriga cheia e coração vazio.
E a cada dia que passa eu morro mais um pouco.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sonhos amanhecidos

Mais um aglomerado de pessoas, acompanhadas sozinhas, dividindo solidão. Mais um dia pra brilhar o sol nessas suas lindas lágrimas, onde dorme o sorriso dos seus olhos. Mais um dia para viver, mais um dia para morrer...

Meu amor é pacificamente violento, mergulhado no ódio do seu mar de ilusão. E se estas palavras te sufocam é porque minha verdade interrompe suas vias nasais.

E agora tudo novo, de novo. Só que a xenofobia me adoece.

Minhas histórias não conhecem um começo, mas eu sempre sei bem como vai terminar - um novo indivíduo no meio, para perturbar o meu sono, e depois, dormir no meu barulho.

Porque é avesso meu cotidiano, ao contrário de seus pensamentos inertes.